Ela começa o texto falando de sua principal fonte de inspiração Piaget e que não se deve haver redução a teoria de Piaget a simplesmente teoria de fases, mas que devemos pensar a respeito na pergunta que guiou esses estudos a respeito do processo de construção da leitura e escrita: Como se passa de um estado de menor conhecimento a um estado de maior conhecimento? Sim, é preciso caracterizar os níveis de conhecimento, mas o mais importante é compreender como se dar o processo de aprendizagem da criança, ou seja, como está passa de uma etapa para outra, os problemas cognitivos que esta enfrenta e como ajudá-la neste processo.
A leitura e a escrita é um objeto social, ou seja, desenvolvido por uma sociedade, e não somente uma técnica em transcrever como era dito antes, quando a criança era vista como ser sem conhecimento algum, “uma garrafa vazia” que necessitava ser preenchida pelo professor. O conhecimento alfabético é adquirido por níveis e se inicia antes da representação alfabética, esta representação é pré- alfabética e tem por ordem a construção pré-silabica em que a criança não associa letra ao som, silábicos associa ou não as letras ao som (já é mesclado), silábico-alfabéticos antecede a escrita pelos princípios alfabéticos. Cada um desses níveis é caracterizado por um esquema de assimilação da criança, a criança absorve parte da informação e parte dando uma interpretação própria à construção alfabética.
Quando se procura entender o desenvolvimento da leitura e da escrita, e o que diz respeito às técnicas da escrita, vem que muitas representações se misturam não somente na escrita (grafia), como no campo do fonema (som), um exemplo disso são as letras k e c quando mostramos a palavra casa, a uma criança que está sendo alfabetizada.
Há alguns problemas cognitivos que são evidentes: por exemplo, a criança enfrenta problemas de classificação, quando procura entender e representar à escrita. Todos os símbolos lingüísticos são constituídos, por exemplo, por combinações de linhas: pauzinhos e bolinhas. Mais alguns chamamos de letra e outros de números, exemplo: a letra b e o numero 6, eles são praticamente iguais, porem um é numero, e o outro é letra, não há uma distinção clara nestes aspectos.
A autora resolve então priorizar o problema cognitivo referente à relação entre o todo e as partes que o constituem. O todo é a escrita completa e as partes são as letras/grafemas, ou seja, a criança aprendia na escola por parte, letras separadas, segundo Diana só em 1880 que surgiram os primeiros estudos científicos nos estados unidos sobre a compreensão da leitura que está não se fazia por letras isoladas e sim por palavras e frases (500 anos de educação no Brasil), por mais que tenha se passado o tempo muitos alfabetizadores ainda acreditam da mesma forma.
Numa primeira etapa já antes citada, pré-silábica as crianças ainda não diferenciam letras de números, acham que escrever e desenhar significa a mesma coisa e não relaciona a escrita com a fala.
As crianças usam uma letra (parte) para formar uma palavra, e duas para formar duas palavras e assim por diante, até descobrirem que são necessárias pelo menos três letras para formar uma palavra (principio da quantidade mínima), que para a criança nem é palavra. Ela não assimila o som com as letras e com as palavras e sim o objeto a palavra, por exemplo, se for um animal grande necessita de uma palavra grande, se for um objeto pequeno uma palavra pequena, exemplo: barata ela não ver como o nome do objeto que é pequeno, já leão uma palavra pequena para um bicho grande não é entendido também como tal.
Com um trabalho socioconstrutivista e construtivista o adequado para a alfabetização e a própria maturação da criança, ela passa enfrenta outros conflitos e ocorre a tematização, que é certo grau de tomada de consciência (lógica da alfabetização na cabeça da criança).
Ela precisa encontrar outras possibilidades para resolver seus novos conflitos, passando por 4 fases:
1-a sílaba é utilizada, mas ainda não sabe o porquê utiliza a sílaba.
2- A sílaba já vira um indicador, a criança já compreende a função que as sílabas exercem, já descobrem um nome completo de objetos e pessoas, mas ainda não coordena como estruturar na escrita (não vêem como parte do nome as sílabas, e sim o nome inteiro).
3 - A sílaba já é uma parte do nome, mas ainda não tem forma ordenada (como escrita). 4 – compreende que não somente é um nome mais que existe uma ordem silábica para se formar este nome.
Também ocorre conflito cognitivo quando esta criança tenta interpretar qualquer escrita, ela vê os adultos utilizarem várias letras e palavras para formar uma frase tanto na escrita como na fala e acha que cada palavra tem significado de frase.
E outros conflitos aparecem ao longo da alfabetização desta criança, até ela conseguir assimilar as palavras com a escrita, assim ela consegue chegar a um nível de equilibração. Chegando neste nível, ocorre assimilação desta criança, ela sai da “hipótese silábica” e reconstroem o sistema da escrita no campo alfabético.
As crianças até aprenderem a “ler” ainda passam por duas fases, segundo Piaget e
Emília Ferreiro: Silábico-alfabética e Alfabética.
A interpretação da escrita antes da leitura convencional, muito antes da criança ler ela já interpreta o mundo ao seu redor, identificam rótulos, cartazes, outdoor, historia em quadrinhos e outros textos, ou seja, ela já vem semi alfabetizada basta trazer estes texto e demonstrar as letras ali descritas.
Sendo assim o professor poderá utilizar deste processo anterior a alfabetização para alfabetizarem, podendo ser utilizado o método visual (figuras e textos) e o não visual (linguagem),mais não ser fechado só neles, já que segundo a autora leitura não é “a informação visual + informação não-visual” e sim um processo de coordenação de pensamentos + significado dos grafemas (interpretação + leitura dos símbolos). As crianças reconhecem algumas funções da escrita, mas nem sempre reconhecem o valor escrito dos símbolos (letras) o que se denomina “a hipótese do nome”, isso significa que a criança nem sempre ler mais ela pode deduzir pela imagem o significado das letras utilizando lógica (da que se usa em matemática) e a técnica (língua escrita) muitas das vezes é esquecida, precisa haver uma junção para que ocorra a verdadeira leitura a interpretada, pode haver também uma gravação de texto quando este é muito utilizado.
*Um dos materiais uteis seria este: http://www.colegiosion.com.br/projetos/infantil/escrita/edinf.htm
neste sit veremos na prática, alguns destes conceitos descritos no texto.